Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior (CDM/MPRJ), realizou, na manhã da quinta-feira (10/11), a gravação da 20ª edição do projeto Personalidades do MPRJ. A entrevista, realizada no foyer do 9º andar do edifício-sede, teve como convidada a procuradora de Justiça Maria Cristina Palhares dos Anjos Tellechea, que relembrou seu ingresso na instituição, na década de 1970, até o tempo presente, atuando na 2ª instância, como titular da 1ª Procuradoria na 8ª Câmara Cível.
"Estou há 35 anos na casa e a Dra. Tellechea é uma referência para todos nós", elogiou o procurador de Justiça em exercício, Antonio José, durante a abertura do programa.
Ao responder à primeira pergunta do apresentador, o procurador de Justiça Marcio Klang, Maria Cristina contou ter nascido e crescido em ambiente jurídico, já que seu pai, Hermano Odilon dos Anjos, falecido em 2007, foi procurador-geral de Justiça do antigo Estado da Guanabara e do Estado do Rio e, posteriormente, desembargador do TJRJ pelo quinto constitucional do Ministério Público. "Cresci, então, embalada por este sonho do agir maior, na certeza de que a vida é um misto de beleza, encantamento, mas também de desafio, luta e coragem," disse a procuradora de Justiça, revelando que, por pouco, não estudou psicologia.
Em seguida, a decana discorreu sobre o ingresso no Ministério Público, relembrando outro momento de orgulho: a posse, ocorrida na sala do procurador-geral de Justiça, na época, seu pai. A procuradora também falou sobre casos memoráveis da carreira e sobre os órgãos em que atuou, revelando ao público, outra curiosidade: "Não contem para ninguém. Eu passei por praticamente todos os órgãos de execução, mas nunca atuei no Tribunal do Júri. Eu entendo que meu currículo é maculado pela ausência dessa experiência", brincou ela, diante da plateia formada por membros, servidores e estudantes.
Em 2019, Maria Cristina atuou como Subprocuradora-Geral de Justiça de Planejamento, momento que considera um desafio: "Planejar uma instituição estrategicamente quando se tem escassez de cargos, quando se precisa conciliar interesses, é um imenso desafio. E, além das dificuldades inerentes à modernização, eu precisava produzir um mapa estratégico em tempo recorde". Já em dezembro de 2020, durante a pandemia, e às vésperas do processo eleitoral no MPRJ, precisou substituir o então procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, que contraiu COVID-19. "No segundo dia de exercício interino precisei participar de reuniões com o CNMP e o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, órgãos com os quais eu jamais tinha tido contato. Lamento pelas circunstâncias, mas definitivamente agradeço a oportunidade de ter podido perceber a instituição que tanto admiro e a qual sempre me dediquei também nessa perspectiva," afirmou ela, que se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo no Estado do Rio de Janeiro. "E eu me senti certamente feliz em ter cumprido este papel," concluiu.
Sobrinha-neta do poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), a decana contou viver cercada por poemas que, segundo ela, suavizam o olhar sobre a vida. Ao se despedir do programa, declamou o poema "O Tempo", de Mário Quintana, sob aplausos gerais.
Por MPRJ
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