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MPRJ lança documentário em defesa da preservação dos 'Beachrocks de Jaconé'
Publicado em Tue Jun 13 17:39:11 GMT 2017
- Atualizado em Tue Jun 20 17:50:37 GMT 2017
Como parte das comemorações do Dia Internacional do Meio Ambiente, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) lançou, nesta quinta-feira (08/06), um documentário em defesa da preservação das formações rochosas da orla da Praia de Jaconé/Maricá. “Beachrock em Chamas” reúne imagens da região e depoimentos de moradores e especialistas para mostrar a importância do patrimônio histórico, cultural e geológico local e os riscos que podem ser gerados pelo terminal portuário privativo, cujo projeto está sendo submetido a procedimento de licenciamento ambiental. O Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA/MPRJ) atua no caso para impedir múltiplos e graves impactos socioambientais, dentre eles os danos sobre os “beachrocks de Jaconé”.
“Decidimos produzir um material de fácil linguagem que pudesse despertar nas pessoas a importância da participação da sociedade nesse licenciamento. O risco de supressão total do sítio geológico dos ‘beachrocks de Jaconé’ é imenso”, afirma o promotor de Justiça Marcus Leal, coordenador do GAEMA/MPRJ.
Para alcançar a população, o produtor do documentário Raphael Kindlovits, servidor do MPRJ, adotou alguns artifícios que deixaram o filme ainda mais dinâmico. Além das imagens aéreas da orla e dos relatos emocionantes, o documentário também conta com trilha sonora elaborada originalmente para a produção pelo compositor e biólogo Daniel Trinta.
O filme foi apresentado no segundo dia de encontro organizado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (CAOMA/MPRJ), com o GAEMA/MPRJ e o Núcleo de Sustentabilidade, para debater os cuidados com o meio ambiente.
Após a exibição, a geóloga e professora da UFRJ Kátia Mansur; o professor da UFF Vitor Nascimento; o geólogo e atual vice-diretor do Museu Nacional, Renato Ramos; e a moradora do bairro do Jaconé, Izabela da Costa Silva, discutiram com o público os aspectos biológicos e o valor cultural dos “beachrocks de Jaconé”.
Dentro da temática, os participantes conferiram ainda palestras sobre “Direito Ambiental” e “Racismo Ambiental”, com as assessoras jurídicas do GAEMA/MPRJ Tatiana Vieira de Moraes e Fernanda Bianco de Lucena Costa, respectivamente; e ”Ecofeminismo”, com a coordenadora de Resíduos Sólidos do Núcleo de Sustentabilidade do MPRJ, Andrea Mello. As apresentações levantaram assuntos como o princípio democrático e a participação da sociedade nas discussões, e os impactos de grandes empreendimentos com casos de remoção de moradores.
Reciclagem e poluição na Baía de Guanabara em debate
Já no primeiro dia de encontro, na quarta-feira (07/06), as consequências da poluição da Baía de Guanabara, as estratégias adotadas no Estado para a destinação dos resíduos sólidos e a importância da reciclagem na geração de emprego e renda foram os principais temas debatidos.
Logo na abertura, a técnica pericial do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ), Maria José Saroldi, apresentou alguns pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro, que já tiveram os prazos vencidos, mas cujas metas não foram cumpridas. Entre eles estão o encerramento dos lixões, a remediação de áreas degradadas e a disposição final apenas em aterros sanitários. Hoje, o Estado conta com 18 aterros em operação e 24 lixões ainda ativos.
Segundo a técnica, o MPRJ tem acompanhado os planos municipais de resíduos sólidos, que devem contemplar a adoção de estratégias, principalmente, para gerenciamento dos detritos (reutilização, reciclagem), ampliação da coleta seletiva e educação ambiental nas escolas.
Nesse contexto, o diretor da empresa Brasilpet Reciclagem e representante da cooperativa “Ecoponto Brasil Sustentável”, Edson Freitas, ressaltou a importância da cadeia produtiva na reciclagem como geradora de emprego e renda. Porém, segundo ele, essa indústria ainda funciona no Rio com menos de 30% da sua capacidade. Edson já foi catador e iniciou o trabalho com reciclagem há quase 20 anos, durante uma campanha de despoluição do Rio Acari. Atualmente, ele preside um polo industrial de sustentabilidade e transforma milhares de garrafas PET em materiais como madeira plástica, telhas, entre outros objetos.
Durante o encontro, foi exibido o documentário “O Mar não está prá peixe”, dirigido pela procuradora de Justiça Rosani da Cunha Gomes. O filme retrata a mortandade de peixes e reúne relatos de pescadores que tiveram suas atividades prejudicadas por conta da poluição da Baía de Guanabara.
Em seguida, o professor Doutor do laboratório de mamíferos aquáticos da faculdade de oceanografia da UERJ, Alexandre de Freitas Azevedo, mostrou como o problema atinge também a saúde dos botos-cinza que vivem nas águas da baía. De acordo com Alexandre Azevedo, entre 1995 e 2015, 67 animais foram encontrados mortos na região e, em 30 anos, a população de botos diminuiu quase 90% na Baía de Guanabara.
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